A educação para além do capital

Escolhi estas três epígrafes a fim de antecipar alguns dos pontos principais deste discurso. A primeira, do grande pensador do século

XVI, Paracelso; a segunda, de José Martí e a terceira de Marx. A primeira diz, em contraste agudo com a concepção actual tradicional e

tendencialmente estreita da educação, que ” A aprendizagem é a nossa vida, da juventude à velhice, de facto quase até à morte;

ninguém vive durante dez horas sem aprender ” [1] . Relativamente a José Martí, ele escreve, podemos estar certos, com o mesmo espírito

de Paracelso quando insiste que ” La educación empieza com la vida, y non acaba sino con la muerte “. Mas ele acrescenta algumas

A educação para além do capital por István Mészáros [*]

1- A lógica incorrigível do capital e o seu impacto sobre a educação.

2- Os remédios não podem ser só formais; eles devem ser essenciais.

3- “A aprendizagem é a nossa vida, desde a juventude até à velhice”

4- A educação como a “transcendência positiva da autoalienação do trabalho”

“A aprendizagem é a nossa vida, desde a juventude até à velhice, de facto quase até à morte; ninguém vive durante dez horas sem aprender”.

Paracelso

“Se viene a la tierra como cera, – y el azar nos vacía

en moldes prehechos. – Las convenciones creadas

deforman la existencia verdadera… Las redenciones

han venido siendo formales: – es necesario que sean

esenciales . La liberdad política no estará

asegurada, mientras no se asegura la libertad

espiritual. … La escuela y el hogar son las dos

formidables cárceles del hombre”.

José Martí

“A doutrina materialista relativa à mudança de

circunstâncias e à educação esquece que elas são

alteradas pelo homem e que o educador deve ser

ele próprio educado. Portanto, esta doutrina deve

dividir a sociedade em duas partes, uma das quais

[os educadores] é superior à sociedade. A

coincidência da mudança de circunstâncias e da

actividade humana ou da auto-mudança pode ser

concebida e racionalmente entendida apenas como

prática revolucionária”.

Por István Mészáros