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Uma discussão desafia o Brasil. Diz quanto a sua vontade de entrar na Era do Conhecimento. Não estamos em tempos de vazio. A época nos leva a um extraordinário desenvolvimento científico, digital, tecnológico. Todos querem chegar a esse novo tempo, o Brasil parece que não.

A proposta orçamentária do governo para 2021 reduz em R$ 1 bilhão os recursos destinados às universidades federais, impõe uma queda dos recursos do Ministério de Ciência e Tecnologia, o CNPq sofre redução de 57%, a CAPES 10,27%, a Embrapa 53,6%, o INPE 43,8%.

— O que isso significa?

Estamos num momento de confrontação com esse destino de um país incapaz de gerar seu próprio espaço psicológico. Perder seu fio de meada ao processo histórico. Não participar da dinâmica do conhecimento. Aceitar ser dependente.

— O Brasil escolherá ser uma colônia de serviços e revendas?

O estranho é a passividade diante desse estado de coisas. A classe intelectual não consegue ser ativa. As entidades cientificas e acadêmicas não se mobilizam. Não identificam uma luta em prol de sua matéria prima. O seu único manifesto público são abaixo-assinados. Não conseguem ser oposição.

— Por quê?

A classe intelectual se transformou nos Quarks sem Causa. Diferentemente dos gritos e levantes do Brasil Colônia os intelectuais 21 não conseguem ser libertários. Aceitam ordenamente as determinações governamentais. O governo retira 1,5 bilhão da educação básica para honrar as emendas parlamentares. Não protestam ao fato de corte de 27,7% das verbas ao MCT em 2021 e colocar 17% a mais no orçamento da defesa.

A questão do Brasil não está em passeatas Black Lives. O país necessita de intelectuais que o levem a incorporar a força produtiva do conhecimento. Arquitetar um projeto desenvolvimentista.

— Até quando o país se aceitará como colônia consumidora?

A Era do Conhecimento provoca o professor, engenheiro, profissional, cientista, aluno. Chama a presença de todos. A época não é mais a da greve operária, mas a do intelectual trazendo manifestações coletivas. Intelectuais públicos a discutirem os caminhos do conhecimento. Necessitamos de conhecimentistas. Trabalhadores na folha em branco atuantes na condução da sociedade. Contudo, sem a retórica impregnada de mesóclises, equações e coisas do gênero. Há uma causa conhecimentista ainda a ser levantada.

Uma nova expressão política necessita ser criada. A de descortinar o significado de conhecimento. Não basta ficarmos em catilínias sobre a desigualdade social. Precisamos abrir a janela para a luz conhecimentista. Produzir um ativismo político a elevar o conhecimento como elemento participante da conjuntura social.

— O que fazer?

Há um desafio a época aprofundar. Construir a interdependência entre trabalho-conhecimento-capital. Entender o conhecimento como investimento. Provocar uma nova retórica. Trazer um novo impacto. Acionar sua força geradora. Mostrar que numa sociedade moderna se tornou primordial investir em conhecimento não somente para gerar leis físicas. Como também, produtos, empregos, impostos, balança comercial, bem estar social. Assim como, fazer o conhecimento tirar as alpargatas, para entrar no mistério da fé.

Neste caminho o Brasil precisa se levantar. Compreender a abrangência do conhecimento. A causa conhecimentista está em integrar educação-ciência-inovação-economia-realigião. As lições dos países desenvolvidos mostram a necessidade da formação desses elos. A dizer que a transformação do conhecimento em matéria-prima do desenvolvimento requer em que a educação, ciência, inovação, economia não andem sozinhas.

— Quando vozes se levantarão?

Por Melk

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