O encontro entre iluminismo e economia do conhecimento modifica a ambos. No reconhecimento de sua própria ignorância Sócrates dizia que nada sabia. A expressar que, sabendo que não sabia, sabia mais. Simultaneamente, a proposta da economia do conhecimento é a de empresas voltadas ao lucro, onde, para se saber algo é necessário capitalizar. A dizer que, sem investimento, não se sabe nada. Provavelmente, existam duas maneiras de nada saber…!
A união entre conhecimento e capital não é simples. Enquanto, o conhecimento se propõe a desvendar as profundezas, o capital é amoral. Trazem a relação entre amoralidade e moralidade para a ética resolver. Ao capital interessa o conhecimento somente como gerador de lucro, e nada mais. Inversamente, o conhecimento só se interessa pelo capital como investidor, nada mais. Os dois estabelecem aquela relação ‘sempre te vi, nunca te amei’. O inevitável, é que estão sempre se encontrando.
O paradoxo é que essas duas metades sem uma tocar no espírito da outra constituem a dialética do conhecimento. Trazem o sofisma de serem opostas e complementares. Comungá-las num só corpo é o desafio à dialética do conhecimento.