O LHC Brasil chocou o petismo e o antipetismo. O resultado ainda em processo, coloca o país entre Idade Média ou Renascença. Dois cenários a serem representados a partir de 2019. O Brasil não será esquerda ou direita, mas medieval ou renascentista.

O Brasil foi jogado a redescobrir os caminhos entre a Idade Média e a Renascença. Vivemos uma época que terminou e outra que se inicia. Em frente, o mar ao Novo Mundo; para trás, a cavalaria andante da guerra fria.

Os rumos políticos atuais necessitam de uma nova direção. Os muros caíram. Só que, em vez da queda de Constantinopla (1453), desta vez, a abertura da História é para a chegada da Era do Conhecimento. Um novo tempo de realizações. O conhecimento se tornou o novo elemento da História e a folha em branco o novo mar a ser atravessado. Em vez de caravelas são canetas a singrar pelo desconhecido através da folha em branco. Seja a de um caderno ou de uma tela de computador, cinema, pintura – o importante a enfatizar é que o local de ação mudou. Seremos aquilo que ali se escreve.

Os homens se tornaram navegantes do Caminho da Mente. Entretanto, ao lado dessa aurora de um terceiro milênio voltado as luzes do conhecimento, surge um outro Brasil. Aquele a redescobrir Dom Quixote e suas investidas contra moinhos de vento. Os inimigos de rocinante se tornaram o marxismo cultural, a escola ideologizada, o movimento gay. A cruzada do delírio.

O país da fantasia é o local indicado na Era do Conhecimento para o retorno de Dom Quixote e sua armadura. Colocar sua cavalaria andante em marcha. As suas fantasias e fantasmagorias se destinam a defesa da civilização ocidental. Neste intento fazer sua caça as bruxas. Exorcizar os demônios que controlam o estado. Propor uma economia neoliberal salvacionista. Dar soluções fiscais a problemas profundos.

O encontro entre Dom Quixote e o Brasil – sil – sil nos devolverá a Idade Média. O novo moinho de vento é a guerra fria. O tempo passou, a História se movimentou, mas permanece o anticomunismo arcaico. Contra ele, insurge a cavalaria dos Dom Quixote brasileiros. Aqueles que não tem ideia do futuro que bate em sua porta. Só lhes resta ir lutar contra moinhos de vento que a mídia desenha em sua cabeça. Nas redundâncias mostrar sua bravura. A investirem suas lanças contra o império do mal. Contra China, Rússia, Cuba, Venezuela e Portugal (muito quixotes ainda não registraram a independência).

Contudo, a História é misteriosa. Ao mesmo tempo uma época se põe, outra se levanta. Tempos a convidar navegadores do psi a descobrirem o Novo Mundo. A questão não é mais ser esquerda ou direita, mas renascentista ou medieval. O que nos levará a Idade Média ou a Renascença senão os valores que escolheremos para o trabalho, o capital e o conhecimento. Conforme sua composição nos tornamos Dom Quixote ou navegadores do psi.

Chegamos a época em que os homens estão voltados a construir teorias e tecnologias. Uma ação que os obriga a compartilhar trabalho, conhecimento e capital. Esses três elementos fazem a sociedade se movimentar. Entretanto, a grande mídia não identifica a necessidade dessa integração. Não os compõe. O resultado é que ao invés de aportarmos no Novo Mundo, acabamos abrindo o armário de Dom Quixote.

A Era do Conhecimento se fundamenta na viagem do natural para o real. Desde a Revolução Científica do século 16 que a realidade se tornou palpável ao homem. Galileu mostrou ao homem que lhe é possível a compreensão das leis físicas. A Revolução Industrial do século 18 de que ele pode construir tecnologias. Os homens se libertaram dos deuses e se mostraram capazes de transformar o mundo natural. A questão é muitos insistem em se vestirem de Dom Quixote e no lugar do real assumirem a predestinação de sonhos oníricos.

A composição dessa trindade trabalho-conhecimento-capital é o desafio histórico. O desenvolvimento de uma nação está a depender da integração desses três elementos. A partir deles geram-se conteúdos, empresas, indústrias e empregos. Portanto, o novo passo à Renascença, estará em associar o conhecimento a antiga dialética capital-trabalho. Ao contrário dos quixotes, ir além de Marx, por introduzindo o conhecimento como o novo elemento da História.

O exame de consciência medieval é sobre sua ideologia obscura e irrealista. Discutir seu entreguíssimo e subserviência aos interesses internacionais. O exame de consciência renascentista é sobre o esgarçamento da relação capital-trabalho. Promover a chegada do conhecimento como o novo elemento a impulsionar à História a uma Era Conhecimento.

— Qual dos lados fará seu exame de consciência?

Por MELK