Estamos curiosos a respeito do resultado do LHC Brasil. As eleições trouxeram o choque entre duas correntes. Uma representada pelo PT e outra no antipetismo. Desta vez, não é a equação de DIRAC a estipular sobre matéria e antimatéria. É a cultura brasileira a fazer o jogo dos contrários em seu ensejo de participar da História.
Não se constrói uma nação sem ideologia. Seja qual for, é necessário haver um propósito, um tema capaz de aglutinar milhões de pessoas. Nínguem anda sozinho, ‘you never walk alone’ já dizem os torcedores do Liverpol. Somos movidos num conjunto que necessita ser energizado por uma idéia. Os povos necessitam de uma direção para sua caminhada.
A História não é feita pelo capricho dos homens. Contudo, antes de ser o país do carnaval o Brasil é o da fantasia. Em sua eterna infância não consegue desenvolver um projeto. O general De Gaulle herói da 2ª guerra quando veio visitar o país nos anos 1960 deixou o dito: ‘não é sum país sério’. sua população periquita veste-se de verde amarela e acha-se condutora da História. Não quer entender que ao lado da esperança a fantasia traz a desilusão. Estamos diante da ideologia abacaxi. Aquela que quando se descasca vira água. Levanta bandeiras como defesa da cristandade, perigo comunista, corrupção, casamento gay e assim por diante, a reviver polêmicas ultrapassadas. Ficamos a criar hordas em redes sociais a conviver com essa ideologia sem perceber a distância cada vez maior que nos separa do Mundo. A criar um posicionamento fervoroso contra os direitos trabalhistas e as minorias mas quando se descasca vemos que sua colocação não tem nada de sólido.
O Brasil já teve muitos nomes em sua História, entre eles o de Berlíndia a misturar Bélgica com Índia; hoje, justifica o codinome de Bacaxi. O pensamento abacaxi se tornou predominante no Brasil. O país está cheio de premissas duvidosas. O antipetismo não foi além do PT mas trouxe os revolucionários das soluções fantasiosas. A dar cartadas capaz de destruir o país. A começar por crendices econômicas vindas da guerra fria. Como demonizar o nosso maior parceiro comercial, a China. Na escala de exportações de 2018, temos China (50 bilhões), União Européia ( 30 bi), EUA (20 bi), Mercosul (17 bi, Argentina 12 bi). Outros, como ajuste fiscal através da venda de 100 bilhões de dólares das reservas internacionais, acreditar fazer o dólar chagar a 5 reais para reduzir a dívida interna.
A expectativa ao novo governo é que o LHC Brasil tinha ido além do PT. A sua votação não tinha sido um porque de diversão. O antipetismo sobrepujou e numa época desejosa de ir além da relação capital-trabalho (e colocar o conhecimento como elemento gerador de História) a esperança quanto a plataforma anti PT é não trazer um pensamento fantasioso. O de se colocar contra o marxismo cultural, globalização, ideologias do gênero. A não se colocar diante da principal questão que é o crescimento econômico. A expectativa é não vir a ser uma ideologia guerra fria a caminho de dar com os burros n’ água.
Um dos caminhos para se ir além da filosofia do abacaxi está em encontrar uma nova forma de valorização do trabalho. Entramos na Era do Conhecimento onde a noção de trabalho perdeu seu sentido clássico. Em vez de mais-valia e número de horas de trabalho surge o significado de trabalho produtivo. Ao mesmo tempo acentuasse o sentido de financeirização. O valor do não-trabalho ser mais significativo do que o do trabalho.
Nesta dúvida vivemos. De país do carnaval o Brasil pode se tornar o país da mente abacaxi. Propor transferir a embaixada para Jerusalém, não priorizar o Mercosul, invadir a Venezuela, romper relações com Cuba, relegar o Brics e ao final tudo virar água. Não mais precisar de carnaval para vestir sua fantasia. Perder o sentido de construção de nação. A pergunta que o conhecimentista deixa ao Brasil é quanto irá além de seu discurso contra corrupção e encontrar os desígnios para participar da Era do Conhecimento.
Por MELK