O único tema acalorado pelas eleições é o antipetismo. Delenda PT é o discurso da grande imprensa. Ninguém quer entender que o PT nunca foi revolucionário, apenas o partido da esquerda liberal. O seu propósito não foi além de permitir as classes menos favorecidas o direito de se tornarem consumidoras. Andarem de avião.

Necessitamos investigar o porquê desse ranço antipetista. Um país é formado por seu povo e sua elite. Pergunta-se: em vez do antipetismo porque não questionar a elite? Discutir o seu protagonismo político. Entender qual suas idéias constituídas. Entretanto, a nossa mídia prefere ir contra o PT do que discutir o papel de nossa elite na História. Ser do contra fácil, propor é outra coisa…

Interessantemente, o Zeitgeist das eleições brasileiras mostram a derrocada do trabalhador e das elites. Perderam sua antiga voz. As derrotas do PT e do PSDB indicam o vazio em que o Brasil se encontra. Não sabemos a que futuro aportaremos. O da renovação ou o da entrega ao lumpem.

A História cobra. Então, em vez de tomar a onda antipetista, olhemos o outro lado. Ninguém crítica o sabujismo das elites brasileiras. A sua falta de luta por uma identidade nacional. O seu tímido comportamento em relação ao panorama mundial. O nosso judiciário absorve 1,4% do PIB (mais caro do mundo), a indústria declina, a evasão do ensino médio é de 700 mil/alunos por ano. Para que servem nossas elites?

A elite cabe nos retirar da servidão colonialista. Conduzir o país a participar da dinâmica do conhecimento. Apontar que a dinâmica dos acontecimentos do século 21 está nos levando a uma Era do Conhecimento. Não perder esse momento da História. Não ser uma nação periférica. O que estão fazendo? Hummhhh, discutindo o seu antipetismo…!

O antipetismo não salvará o país. Necessitamos de liderança capazes de elevar o país à Era do Conhecimento. O antipetismo necessita ser sobrepujado por uma elite e um povo capazes de incorporar o conhecimento como o novo elemento da História. Compreender que estamos numa época onde a partir de uma folha em branco, é que as coisas realmente acontecem. Usufruir de sua capacidade de gerar significado, produção, capital, oportunidade social.

– Quem tem medo da folha em branco?

A leitura do momento histórico está na chegada da Era do Conhecimento. Momento notável aos construtores da sociedade se renovarem. Implementarem uma nova consciência. As elites gerarem um capitalismo produtivo capaz de retirar o país de sua síndrome da colonização continua. A classe trabalhadora ir além da luta de classes e se colocar diante das oportunidades. Entretando, o nosso espectro é de uma classe trabalhadora com reinvidicações da década de 80 e uma elite de serviços e revendas. Um país onde o andar de cima a viver do rentismo e o de baixo do consumismo. De costas a produção de conhecimento.

História segue. Não mais estamos em 1917 ou 1980 (criação do PT) Estamos diante de uma nova conversa social. O trabalhador precisa procurar o conhecimentista. A dialética capital-trabalho a dialética do conhecimento. Não podem continuar isolados. Uma nova mediação precisa ser encontrada. A construção desse diálogo chama as elites brasileiras a proposição de uma nova léxica. Onde estão os Jacobinos?

Por MELK